Existe uma idéia generalizada que as pessoas que vivem mais são mais felizes, mas para alguns cientistas as pessoas que são mais felizes vivem mais.
A recente pesquisa dos psicólogos sociais Ed Diener e Micaela Y. Chan parece nos mostrar que alguns estudos concluem que o bem-estar (felicidade em termos científicos) tem sim efeito positivo na longevidade e saúde fisiológica.
Uma meta-análise baseada em 24 estudos anteriores feita por Diener e Chan estima que pessoas felizes vivem cerca de 14% mais que pessoas que se assumem como não felizes, o que em um pais desenvolvido representa cerca de 7,5 a 10 anos. Eles concluíram também que pessoas felizes são menos plausíveis de cometerem suicídio e sofrerem acidentes, mas isso eu já sabia.
Entre os métodos usados para saber como a felicidade é capaz de influenciar a saúde de uma pessoa esta o “estudo das freiras”. Freiras são bons alvos de estudos de longevidade por viverem em condições semelhantes. Os pesquisadores entrevistam jovens mulheres antes de elas entrarem no monastério, questionando sobre sua expectativa de felicidade. Aquelas que se consideram felizes viviam uma media de 93 anos e as que não se consideravam felizes viviam cerca de 86 anos.
Também são considerados como fatores externos, ou exógenos, que induzem mudanças no bem-estar estão relacionados com mudanças nos processos fisiológicos e longevidade. O efeito de choques pessoais também são responsáveis por mudanças na longevidade, como por exemplo, a perda de um parceiro, o estudo de A. Rozanski descreve que a taxa de mortalidade de homens que perderam suas esposas dobra no primeiro mês após o evento. Com as mulheres a taxa de mortalidade chega ao triplo do normal com a perda de seus maridos.
No entanto os estudos não puderam estabelecer o efeito do bem-estar em específicos tipos de doenças. Diener e Chan, em particular, notaram que os estudos de como a felicidade influencia a probabilidade de câncer metastático não foram claros e sem resultado convincente.
Filósofos como Aristóteles consideravam a felicidade como o maior objetivo que a maioria das pessoas aspira em suas vidas. As recentes descobertas fazem a perseguição pela felicidade ainda mais importante, desde que demonstra que emoções positivas e satisfação contribuem para uma saúde melhor e vida longa. Nos falta ainda focar em como a felicidade influencia os nossos processos vitais nos fazendo mais saudáveis, e mais, saber se os custos de intervenções para o aumento da felicidade devem ser comparados com outros métodos que influenciam nossa longevidade e saúde por outros meios.
Texto baseado no trabalho de Bruno s. Frey (10.1126/science.1201060)